Primeira incursão pelo universo dos chás

Por Daniella Perdigão

Muito prazer, sou a Daniella. Belo-horizontina, mãe de 2 meninos, administradora  e sommelière de chá por paixão. Minha relação com as infusões começou ainda criança. Meus avós vieram do interior de Minas Gerais e tratavam tudo com ervas. Em casa havia uma garrafa de álcool com arnica e outras ervas que minha mãe esfregava na pele da gente pra tudo que era tipo de arranhão ou pancada. Sempre tinha vizinho chamando no portão de casa pra pedir romã pra curar garganta inflamada ou folhas de carambola pra baixar pressão e glicose. Bebê gripadinho? Chá de poejo!  Problema nos rins? Quebra-pedra com tanchagem. Essas duas ervas nasciam em cada rachadura do cimento no chão, então estavam sempre à mão. Para os lanches da tarde, havia sempre chá de mate, capim cidreira, folhas de laranja, hortelã… Tenho na memória cheiro de bolo, biscoito frito, bolinho de chuva e tantas outras guloseimas acompanhadas por infusões. Mais tarde comecei também a apreciar os chás verdes e pretos. Está certo que era difícil achar um chá verde bom de verdade, mas a gente se virava.

Foi no curso de sommelière que eu aprendi que chás são apenas as infusões feitas com partes da planta Camellia sinensis. Essa planta linda é originária da China e, segundo a lenda daquele país, suas propriedades foram descobertas acidentalmente pelo imperador Shen-Nung. Enquanto descansava debaixo de um arbusto da planta, algumas folhas caíram na sua água quente e a infusão lhe proporcionou bem-estar, com sensação de corpo relaxado e mente alerta. Ele não sabia naquele momento, mas os chás possuem um aminoácido chamado L-Teanina, cujo efeito é anti-stress: ele aumenta a capacidade cerebral, melhora a capacidade de concentração, mas ao mesmo tempo dá sensação de relaxamento físico e mental. Isso é só um dos benefícios terapêuticos dessa plantinha, mas isso é assunto pra gente estender em outra hora.

Voltando à definição de chás, de uma planta são produzidos seis tipos de chá: chá branco, chá verde, chá amarelo, chá oolong, chá preto e chá escuro. A diferença está no processamento de cada um dos tipos, que vai originar chás com níveis de oxidação diferentes. E dentro de uma mesma categoria existem diversos chás diferentes. Ou seja, um universo de aromas e sabores. Sim, porque essa história de tomar chá ou infusão só pra curar doença é um desperdício! Chás e infusões são bons a toda hora, do café da manhã ao jantar, quentes ou gelados, puros ou com ervas e frutas para incrementar o sabor. Chá é bom até no happy hour, porque com ele são feitos drinks deliciosos!

Então é isso, o papo está bom, mas hoje eu vim aqui só pra me apresentar e deixar um gostinho de quero mais para os próximos posts. Vai por mim, vocês vão ouvir falar muito de chás nos próximos meses e anos. Os brasileiros tem um dos menores consumos mundiais de chás (um daqueles 6 tipos, lembra?), mas a gente está aprendendo a gostar e começando a se aventurar nesse universo.

Um ótimo 2018 pra vocês, com muito chá sempre!

Contato: www.camelliaschas.com.br Instagram: @camelliachas @sommelierdechabh

 

 

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