Pierre Duroché, a estrela em ascensão

 

Por Khiem Le

Para Christophe Roumier, um dos mais reputados viticultores da Côte D´Or, com décadas de grandes vinhos feitos, principalmente em Chambolle-Musigny, Pierre Duroché é o jovem em ascensão. Não é voz isolada. Eric Rousseau, sobrenome histórico que rima com Chambertin, também, tanto é que foi ele quem  me sugeriu marcar uma visita e beber os Gevreys de Pierre, que desengaça todos seus vinhos village e usa 20% do engaço nos premiers e grands crus, com uma exceção: o raro Griottes, produto de 80 metros quadrados, isso mesmo, um apartamento. Ele não afina, nem filtra seus vinhos e usa pouca madeira nova (5% a 10% na safra 2017). Sua mão resulta em vinhos elegantes.

Geralmente quantidade não é sinônimo de qualidade, mas a safra 2017 – grande em qualidade – fez com que ele produzisse vinhos bastante agradáveis. Um Gevrey do Domaine é resultado da mescla de algumas parcelas detidas pela família, mas ele ainda produz quatro diferentes parcelas vinificadas em separado, o que mostra como o terroir de Gevrey-Chambertin são diferentes e podem produzir vinhos distintos. Champs é um vinho mais alegre, com um toque salino. Clos (bebido em garrafa, safra 2016) é um vinho mais redondo, carnudo, frutado. Jeunes Rois e Aux Etelois (bebidos do barril em 2016 ano passado) são meus preferidos, finos e muito elegantes.

Pierre faz três premiers crus. O Estournelles St-Jacques (safra 2016 do barril) e o Champeaux (2013, de garrafa) disputam a categoria elegância e finesse, enquanto o Lavaux St-Jacques, terroir vizinho ao mais famoso premier cru de Gevrey, o Clos St Jacques, é mais estruturado e poderoso.

Dos quatro grands crus, o Charmes-Chambertin é mais suave, com nuances de frutas vermelhas, gourmand. O Latricières-Chambertin é mais fino, mais mineral, elegante. O Chambertin Clos de Bèze é mais firme, persistente. Latricières e Clos de Bèze são ambos excelentes, mas em registros diametralmente opostos. Pierre faz ainda poucas garrafas de Griottes, tão pouco que não sei se alguém já degustou. É tão difícil quanto degustar um Musigny na cave de Christophe Roumier.

Nas horas vagas, Pierre é apaixonado por alpinismo, esporte que pratica com Bertrand e Laetitia Dugat (hoje à frente do excelente Domaine Claude Dugat, cujos vinhos são diferentes dos feitos por Pierre e cuja resenha pode ser lida aqui). Pierre e Bertrand têm a mesma idade e são amigos desde o maternal.

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