Pisando em noite de Chambolles

 

Com pouco mais de 200 pessoas e uma área menor que a maioria dos bairros paulistanos, Chambolle Musigny é consagrada na literatura de vinhos como o berço dos vinhos mais delicados, elegantes e femininos da Côte d´Or. Nessa comuna em que Musigny e Amoureuses são os terroirs mais reputados, sobrenomes como Roumier e Mugnier chancelam há anos alguns dos mais disputados rótulos do planeta, infelizmente, cada vez mais procurados, o que têm feito os preços escalarem níveis cada vez mais altos, ainda mais com safras com quantidades abaixo da média desde 2010 e, principalmente, 2016.
Vinhos femininos, com aromas de flores, frutas e leve mineralidade, não são sinônimos de fragilidade. A história das mulheres à frente de domaines, como na Champagne ou Portugal, é exemplo disso. São vinhos com delicadeza, mas profundos, longevos e que caminham muitas vezes na tênue linha entre a mediocridade e a extrema elegância.
Além dos sobrenomes consagrados, uma nova geração de viticultores começou a vinificar no terroir. Dois exemplos da nova geração são Charles Lachaux e Cécile TRemblay, talvez os dois melhores representantes surgidos na Bourgogne nas últimas duas décadas. De suas mãos hoje saem alguns dos mais caros rótulos do planeta, dos bourgognes aos grands crus.
Para essa aula de Chambolle, foram selecionados 4 produtores, cinco rótulos, divididos em duas baterias. Na primeira, os mais jovens: um Chambolle 2019 de Lachaux, um Cabottes 2017 de Cécille, um 2017, de Roumier; ao término, dois 2005, um de Roumier, um de Mugnier.

 

 

Aos vinhos:
Bateria – jovens sedutores
Chambolle 2017 Cabottes – Resultado da colheita de 3 vinhedos – Les Fremières, Les Maladières and Aux Echanges, com idades médias de 40 anos -, esse vinho fica no meio caminho entre Lachaux e Roumier. Mais frutas negras, com uma leve mineralidade, ainda novo.
Chambolle 2017 – Christophe Roumier usa algumas videiras premiers crus de Fuées nesse village, que ano sim, ano não, figura entre os melhores entre as comunas da Côte d´Or. A mineralidade mais incisiva está presente, assim como a acidez que denota o grande potencial de envelhecimento desse vinho.
Chambolle 2019 – Charles Lachaux faz um vinho com um nariz exuberante, uma mescla de frutas como morango e flores, um aroma epítome de um chambolle musigny. Delicioso no nariz e na boca, exuberante.
Bateria – Idade melhora
A safra 2005 rivaliza com 2010 como uma das melhores da história em Chambolle. Fez calor, mas não muito. Roumier e Mugnier fizeram lindos vinhos refletindo a exuberância do ano.
Roumier 2005 – O vinho mostra a mineralidade de Fuées em suas veias e se mostra muito mais redutivo que Mugnier, ainda ensaiando sair da infância e chegar à adolescência. Pena que essa garrafa era filha única.
Mugnier 2005 – o aroma que mescla frutas e flores, marca característica do domaine, epítome da elegância, já num ótimo momento de desfrute.
Os ganhadores? Os participantes da master class.

 

 

 

 

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