Em um perfil escrito no fim dos anos 1960, Millôr Fernandes sentenciou que Juarez Machado “como todos nós, começou por baixo, nascendo no Brasil, mas quando for rico a primeira coisa que vai é ser estrangeiro”. As palavras do amigo se tornaram verdadeiras na metade da década de 1980, quando o Juarez fez as malas e partiu para Paris, mais especificamente para Montmarte, um dos berços do modernismo do início do século XX.
A viagem à França abriu o mundo da comida, da bebida, dos bares, restaurantes, cafés. A paixão nascida no Rio da década de 1960 ganhou nova roupagem. O amor aos tintos de Bordeaux e às Champagnes nasceu aí e o acompanhou pela vida. Unir a paixão ao trabalho foi fácil. Várias telas de Juarez combinam amor, amigos, Baco.
Em 1998, pintou vários châteaux de Bordeaux. Em 2009, ano da França no Brasil, ele celebrou de novo o terroir em uma exposição em Curitiba, que rendeu um livro “Chateaux Bordeaux”. Três anos depois, foi para a serra catarinense para visitar a Villa Francioni. Gostou tanto do que degustou que resolveu propor às proprietárias uma ideia: criar rótulos pintados por ele para alguns dos vinhos produzidos pela vinícola. Era uma ideia parecida com a que os Rothschilds tinham feito há mais de um século no mítico Mouton, um dos mais famosos châteaux de Bordeaux. Os vinhos ainda podem ser comprados com uma busca na internet.
Nascido em Joinville, onde mantém um espaço dedicado às suas obras, Juarez Machado é um nome a ser conhecido. Suas telas transpiram paixão, transcendem o lugar comum e pedem uma boa taça de champagne ou de tinto. Que eu um dia possa ter um Juarez Machado na minha parede!
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