Por Augusto Diniz
Atravessou a ponte sobre o rio São Francisco – que nasce ali perto depois de despencar pela Cachoeira Casca d’Anta – e, em seguida, passou por alguns cafezais, São Roque de Minas, capital do (melhor) queijo artesanal do País, estará logo ali à frente.
Consistência semidura, textura compacta, cor branca amarelada, formato cilíndrico sem trincas entre 4 a 6 cm de altura e diâmetro de 15 a 17 cm. O peso varia de 1 a 1,2 kg. A fonte dessa informação é da Frente da Gastronomia Mineira, que compara todos os queijos produzidos em Minas Gerais; essa definição é para o queijo Canastra.
De posse da informação (e já devidamente estabelecido em uma pousada bem arrumada, mas em conta fora de época), deve-se percorrer estradas de terra esburacadas em busca do precioso sólido. Há queijarias próximas e outras mais distantes – qualquer morador sabe apontar o caminho a elas.
No cenário de fazenda, pessoas atenciosas explicam todo o processo de produção feito de forma rústica. Rodelas de queijos em prateleiras e quartos cercados de telas mosquiteiros promovem no observador o desejo imensurável de meter a boca naquela preciosidade em regime de tratamento final de secagem.
A vontade, porém, pode passar mais rápido do que se imagina. Nessas premiadas – aqui e no exterior – queijarias da Serra da Canastra peças da tradicional iguaria local assumem o preço de 50, 100 reais a peça.
Se o bolso irá doer, contente-se pelo menos com a tranquilizante paisagem rural. Agradeça, e vá saborear uma típica comida mineira a preços módicos na pacata São Roque aos pés da imponente Serra da Canastra. Antes, dê uma passada nos principais mercadinhos da pequena cidade.
Dê uma olhada nas inúmeras marcas de café da região espalhadas na prateleira. O meio quilo varia de 6 a 9 reais – preço abaixo da média em São Paulo para um bom café. Parta depois aos balcões de bebidas, notadamente de pinga.
A cachaça Vale da Canastra por 20 reais, produzida no município vizinho de Piumhi, é dos deuses daquele maravilhoso pedaço do Brasil. Há também várias engarrafadas no chamado tubão – garrafa pet de refrigerante de 2 litros com pinga até a tampa.
Um pouco mais ao lado, no mesmo mercado, um vinho de produção local, feito sob medida para harmonizações com a gastronomia mineira, mas de custo (digamos) de elevada amplitude numérica em relação à “marvada”.
Mas é no fundo que se descortina o melhor nesses tímidos estabelecimentos comerciais de alimentícios. Sabe aqueles balcões refrigerados? Sobre eles e dentro deles, estão lá pilhas de queijo. O preço: 20 reais o quilo.
Encha a bolsa térmica e volte para sua cidade feliz da vida. Você agora tem o mais desejado queijo do País.