O Morgado de Oliveira é um vinho raro e histórico, e prová-lo pelas mãos do próprio enólogo Antônio Maçanita, ainda mais durante a Semana dos Vinhos de Portugal no Rio, é um verdadeiro privilégio.
Esse vinho faz parte de um trabalho de resgate feito por Maçanita, que tem se dedicado a recuperar castas autóctones portuguesas e práticas vinícolas antigas, especialmente nas regiões do Douro e Alentejo. O Morgado de Oliveira é conhecido por ser um vinho feito com mínima intervenção, muitas vezes com técnicas ancestrais como fermentação em talhas de barro ou uso de leveduras indígenas — depende da safra e da intenção do enólogo.
🟡 No visual, mostrava um amarelo dourado com reflexos que entregam a evolução e o caráter natural.
👃 No nariz, camadas complexas: cera de abelha, frutas secas, ervas silvestres e um toque oxidativo que lembra vinhos de talha ou jerez fino. O tempo e o silêncio falaram mais alto do que a fruta.
👄 Na boca, seco, firme, com acidez vibrante e textura quase táctil. Um vinho que desafia convenções e pede atenção — cada gole parecia contar uma história diferente.
Mais do que degustar, foi compartilhar um momento com quem faz o vinho acontecer — ouvir Maçanita falar do solo, das castas e da filosofia por trás do Morgado de Oliveira deu uma dimensão ainda mais profunda à taça.
✨ Um brinde à autenticidade, à coragem de se fazer diferente, e ao prazer de beber um vinho com memória.