Chove aqui, e neva lá. Faz calor de 40 aqui, e faz frio de doer lá. Faz-se vinho e história aqui, e lá já é história e vinho `velho` bebe-se…. Assim é o namoro fotográfico de uma brasileira que morava e viajava para encontrar seu também fotógrafo e amor francês… De poucas palavras ele, Quentin que vivia no Loire, também brincava de fotografar, por vezes sumia num autismo profundo como acontecia com Jamile no Brasil. Mas só acontecia enquanto fotografava, de resto era falante e sorridente. Eles dois antes de se conhecerem viviam de likes naquele populismo virtual. Ela nem curtia tudo que ele postava… De suas fotos? Nem todas. Eram para ela um clichê danado, e dizia isso com toda a sinceridade que lhe parecia exclusiva. – Paroles? Hum… sim, gostava de muitas que ele escrevia. Ele já ao contrário dela curtia todos os seus anexos na rede, encontrava até o que ela nem podia acreditar, mas não era muito de apreciar seus textos, embora o fazia porque delicadeza era algo que lhe era nato, já em Jamile faltava… Ela sentia calor em algumas conversas, era quando ele parecia vapor de água fria… Ela não falava bem o francês, então algumas coisas dizia em inglês, ele mandava muito mal no inglês, e não falava nada em português. Ela declamava poemas gravados, ensaiava harmônica e fazia yoga. Ele nem lia poemas, ria da harmônica e jogava Tennis obsecadamente. Jamile, nem de longe segurava direito uma raquete de tennis. Ele não era muito lá um típico francês, e ela também não era muito tipicamente brasileira, então era nisso que se encontravam… na rebeldia! Em uma coisa concordavam, Jamile e Quentin não entendiam porque tinham tantas coisas diferentes, e ao mesmo tempo eram tão próximos, mas uma coisa era certa, apesar de sotaques tão diferentes na fotografia e nos gostos, Quentin era fascinado por seu sotaque português quando conversavam em francês, e Jamile fascinada pelas diferenças…