O próximo filme do agente secreto com licença para matar, o vigésimo quinto da série, estreia em 2019, com Daniel Craig em sua última aparição como James Bond. Sua estreia se deu em “Casino Royale”, brindada primeiro com Bollinger, depois com Bordeaux. No trem em que o leva a Montenegro, onde irá disputar partidas de pôquer, Bond pede uma garrafa de Château Ângelus 1982 para acompanhar o cordeiro que ele e Vesper comem.
Quando os produtores da série ligaram para o proprietário do renomado château, classificado como um premier cru classe B de Saint-Émillion, Hubert de Bouard sugeriu a safra 1990, outra das maiores da história. Os produtores agradeceram, mas fizeram um pedido: James Bond tem um apreço especial pela safra 1982, que começa a ganhar maturidade agora. Pedido aceito. Bouard veria as garrafas de Ângelus 1982 subirem de preço depois da aparição, segundo reportagem da inglesa Decanter no fim de 2006, quando “Casino Royale” chegou à telona.
Mas a maior paixão de Bond, além do dry Martini, são os champagnes. Aí sobra diversidade: em “Dr. No” e em “Goldfinger”, Dom Pérignon (LVHM do Brasil) é a eleita, sendo que Bond revela sua preferência pela safra 1953. No início de Goldfinger, quando está na cama com sua primeira loira do filme, ele fica indignado com a temperatura da garrafa. Ameaça levantar da cama, mas ela quer que ele continue. “Há coisas que não se podem fazer na vida, uma delas é beber Dom Pérignon na temperatura errada”, diz Bond, indo para a geladeira, onde em segundos é atingido na cabeça pelo seu mais carismático vilão.
Em “Moscou contra 007”, Bond, no luxuoso vagão restaurante do trem que corta os Bálcãs, pede para acompanhar seu linguado grelhado um Blanc de blancs (uma champagne feita apenas com uvas brancas). Na mesa, vem a Comtes de Taittinger, da Taittinger. Já o acompanhante na mesa pede um chianti. Ao que o garçom atônito retruca: “chianti branco?”. “Não, tinto”. Seria a senha para descobrir que o loiro alto que se fazia passar por amigo no fundo era um espião inimigo.
Outra preferência no mundo dos espumantes é a Bollinger, que até confecciona rótulo e assemblage especiais para um vinho dedicado aos fãs da série e das borbulhas mais preciosas do mundo. Depois de ter sido mantido em solitária, espancado, ficado sem comida no início de “Die another Day”, Bond redobra o fôlego, foge da prisão, cruza o mar e chega a um luxuoso hotel de Hong Kong, onde faz uma série de pedidos ao gerente. No fim, frisa: “e, não se esqueça, uma garrafa de Bollinger 1961, se você tiver uma ainda.”
A conta? Vai para a rainha.