Numa segunda-feira do início de outubro, foi a oportunidade para falarmos de tinteiros, tintas e vinhos italianos. Sobre canetas, nenhuma linha porque deixamos a cargo de Milton Bonomi, um profundo especialista e colecionador de canetas, que estreará a seção Canetas na aba “Cês” do site. Amante de vinhos italianos, ele trouxe a tiracolo Montevertine 2013, mas estamos nos adiantando.
Primeiro, o brinde foi dado com Perlè 2014 de Ferrari. De Trento, surge essa casa italiana que faz os melhores espumantes da Bota. Esse exemplar, trazido da Itália por Carlo Lorusso, estava em perfeitas condições. Degolada em 2019, essa espumante é cremosa, equilibrada, com toques de fósforo queimado, cítricos e pão torrado. às cegas, muitos diriam se tratar de uma bela champagne. Os 3 anos a mais de envelhecimento só fizeram bem a essas borbulhas e são um indicativo de como nós bebemos espumantes cedo demais. Elas estão entre os melhores vinhos do planeta e envelhecimento faz bem a muitas delas.
Segundo capítulo do almoço foi um branco vindo da Toscana, mais especificamente de Berdardenga, terroir famoso pelo toque mineral concedido aos chiantis que desse terroir saem. A vinícola é a líder dessa apelação: Felsina, que molda belos sangioveses, sempre elegantes. I Sistri é a prova de que o talento para os tintos coexiste com o dedicado aos brancos. Esse aqui ainda novo, com acento mineral, versátil e gastrônomico. Belo vinho para entradas com frutos do mar ou até um spaghetti ai vongoli.
Depois de termos aguçado as papilas com Trento e Toscana, foi a vez de irmos para o tinto. Montevertine faz alguns dos melhores tintos do planeta. À base de sangiovese in purezza, molda vinhos elegantes, complexos e com alto potencial de envelhecimento. Esse 2013, decantado por mais de quatro horas, ostentava couro, um leve chocolate, leve floral, sous bois, ainda novo.