Pisando em uvas: Jantar no professor Takemi

 

 

Amuse-bouche – Nascida em 1945, Egly Ouriet é um produtor reputado de champagnes artesanais, com três estrelas na La Revue de Vins de France há anos. São pouco mais de 130 mil garrafas vindas de 16 hectares com videiras coim 40 anos de idade média. O lema da casa é simples: “as vinhas são como os cavalos, se você quiser dominá-los, é preciso fazê-los nascer”. Todos os vinhos são vinificados em barrica sem fermentação malolática para conservar o frescor. Há muitos anos vinha pela World Wine, mas deve estar sem importação regular no Brasil. Esse rosé tem 70% de pinot noir e o restante de chardonnay, com 90% das videiras em Ambonnay, um terroir grand cru. São 50 meses sur lie de uma garrafa degorgée em setembro de 2014. A idade só fez bem a esse excelente champagne que mescla toques florais com evolução, champignon de paris, feito para pratos delicados com cogumelos. Realmente um champagne gastronômico de destaque, feito para altíssima gastronomia.

Vieiras com especiarias thai e riesling – Albert Mann é um dos bons produtores da Alsácia. Esse Furstentum é um de seus grands crus plantados com riesling, vinho que denota fruta madura e um mineral na espinha dorsal. Acompanhou bem as vieiras grelhadas com especiarias tailandesas.

Montrachet Marquis de Laguiche – O 2008 com evolução, o 2010 a juventude em sua plenitude. O 2010 e o 2008 apontam como esse vinhedo encanta. Não à toa, no fim do século XVIII, Thomas Jeferson o colocava ao lado de Chambertin, Romanée e Vougeot como os melhores. Dois barris de Montrachet saíam por 48 francos, o mesmo preço dos três tintos citados, em um momento em que a maioria dos brancos mal custava metade do preço de outros tintos.

Boeuf bourguignon e nuits saint Georges – Prato de destaque da Borgonha, feito para os belos tintos da Côte d´Or. O monopole 2004 de Henri Gouges morreu depois da decantação, uma pena; Thibault mostrou boa persistência e aromas de couro e fruta. Ainda novo. Um purê de batata com inspiração em Joel Robuchon, o maior de todos.

Contemplação: Margaux 1986 – Um bordeaux maduro é uma experiência civilizatória. Esse aqui está em um ótimo momento de degustação, com aromas de evolução, caixa de charuto, tabaco, leve carne e o toque floral do mais feminino dos premiers grands crus classes. Taninos ainda um pouco arredios, capricho da safra. Um vinho de camadas, com um equilíbrio e estrutura notáveis. Beberia toda semana.

Mousse de chocolate e colheita 1966 –  O Brasil levou uma surra na Copa em que Pelé e Garrincha jogaram juntos pela última vez, mas 1966, ofuscada por 63, ensejou excelentes portos, companheiros de puros de Vuelta abajo.

Depois de uma noite entre amigos, agradecemos à gentileza, generosidade e ao carinho de Eduardo Takemi, que nos recebeu com os braços abertos. Muito obrigado.

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