Adolfo Lona, o vigneron do ano de 2024 no Brasil

Vinho abaixo de 100 reais de ótima qualidade preço e produtor de referência existe? Sim. E é brasileiro ainda? Bem, brasileiro, mas com um pouco de sangue argentino.

Adolfo Lona, nascido em Buenos Aires, torcedor do Boca Junior, chegou ao Rio Grande do Sul em meados da década de 1970, para assumir o comando técnico da gigante Martini & Rossi, onde ficou por pouco mais de três décadas. Ali teve a oportunidade de aprofundar o conhecimento enológico e viajar pelo mundo. Foi a Bordeaux bater à porta do Château Margaux e conversar com Paul Pontallier, diretor técnico que foi responsável por alguns dos melhores rótulos desse premier grand cru classé desde 1855 (Mouton ganhou o status apenas em 1973). De Pontallier ouviu que não havia receita própria para fazer vinho e que devia usar o que havia de melhor no Brasil.

Em 2004, abriu seu projeto próprio apostando na produção familiar e no longo tempo de maturação de seus vinhos. Teve nesse início um impulso de um antigo amigo e restauranteur, o italiano Danio Braga, que desde o fim dos anos 1970 faz história na enogastronomia brasileira, do Enotria ao zona sul, do Locanda à primeira classe da TAP, da consultoria do Fasano à sua presença na ABS-Rio.

Os espumantes de Adolfo Lona eram os servidos nos brunchs do saudoso Locanda. Hoje estão nos restaurantes da família Troisgros e de alguns outros restaurantes famosos pelo país. Adolfo ganhou em 2024 o prêmio de viticultor do ano pelo guia Descorchados e um de seus vinhos – o Baron – foi eleito um dos dez melhores vinhos do país experimentados pelo guia.

 

 

 

 

 

 

 

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